Movimento Punk: Um pedaço da sua história no mundo e no Brasil
Músicas rápidas, letras ácidas, contestação, poucos acordes e de grande impacto sonoro. De maneira bastante simples, esses seriam os ingredientes básicos de um movimento musical sócio-cultural que ganhou o cenário musical de Nova York entre 1974 e 1975. O Punk Rock! Sendo o principal condutor do movimento punk, um estilo que reflete fenômenos históricos e culturais específicos, a fim de revelar as principais questões econômicas, políticas e sociais da sociedade.
Na época em que o punk ganhava seu espaço, uma banda chamada New York Dolls, a principal representante do glam rock chegava ao seu fim. Como o movimento punk estava crescendo, e vendo que os New York Dolls estavam ultrapassados, o empresário da banda chamado Malcom McLaren decidiu acabar com a banda e, sendo influenciado pelo movimento em Nova York, acaba tendo uma ideia ao voltar para Londres. Essa ideia fez com que, pouco depois, Malcom McLaren se torna uma peça-chave para o Punk. E com a ajuda de sua esposa, Vivienne Westwood, Malcon cria os Sex Pistols. Juntando algumas pessoas que frequentavam sua loja, incrementaram o estilo visual da cena em Nova York – com alguns toques pessoais de Vivienne, já que era estilista – e também de Malcom, com seu estilo da música já vivenciada por ele e com tons políticos mais abrangentes.
No dia 1 de Dezembro de 1976, o Sex Pistols é convidada a participar de um programa de TV, assistido em todo o território nacional e veiculado às 17 horas, de nome Hora do Chá Londrino. E pela primeira vez na história televisiva, a palavra “fuck you” foi pronunciada pelo integrante Johnny Rotten, o mais polêmico do grupo. Essa atitude fez com que a banda se tornasse um verdadeiro fenômeno, e também, se tornaram alvo de toda imprensa britânica.
No Brasil, o movimento punk chegou por volta da década de 1970. Apesar de sua origem estrangeira, teve grande influencia sobre os jovens brasileiros, principalmente estudantes e jovens trabalhadores mal remunerados, da época que ainda respiravam os últimos ares da ditadura militar.
A carência de emprego e a vigilância excessiva da ditadura se tornaram as bases para que jovens de bairros paulistanos mais carentes usassem a agressividade como criação artística e válvula de escape. Nesse período surgiam bandas como Restos de Nada e AI-5 (que fazia menção contra o regime militar).
Com a proeminência do movimento, outros pontos do país foram atingidos, o que resultou na criação de bandas como o Aborto Elétrico e a Plebe Rude, que disseminaram o movimento punk em Brasília, debaixo das barbas do governo.
Em 1982 aconteceu o festival “O Começo do Fim do Mundo”. Organizado pelos próprios punks, contou com a participação de bandas de grande representatividade como Ratos de Porão, Cólera e Inocentes. Esse evento influenciou a produção independente de shows, festivais e a gravação de músicas.
Ainda hoje a força desse movimento ainda reflete na formação de algumas bandas no Brasil. Tanto a contestação direta de questões cotidianas quanto o impacto sonoro são os legados desse movimento.
Comunidade Johni Raoni
